No dia 09 de agosto de 2019, o Presidente Jair Bolsonaro declarou perante a imprensa que deveríamos fazer cocô dia sim e dia não para preservamos o meio ambiente. Ao escutar esta declaração presidencial fiquei na dúvida, se ele falava sério ou se seria uma piada sem graça de gestores públicos que gostam de mostrar uma personalidade descontraída perante seu eleitorado.
Mas é fácil compreender a declaração do Presidente da República, quando nos pede para controlar nosso intestino e não fazermos cocô todo dia, quando ele também declarou que a pesquisa científica realizada pelo (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) não tinha credibilidade. Dados preliminares de satélites do INPE mostram que mais de 1.000 km2 de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018. Todo este cenário tem preocupado muito ambientalistas nacionais e internacionais, além de empresários nacionais e internacionais que dependem da conservação e preservação do meio ambiente na aplicação de seus investimentos.
A crise envolvendo o desmatamento da Amazônia se agravou nos últimos dias quando a Alemanha e Noruega, importantes investidores, declararam que não irão mais investir no importante Fundo da preservação da Amazônia, alegando que o governo federal ainda não definiu claramente sua política de preservação ambiental. E para este cenário ficar ainda mais dramático, o nosso Presidente, Jair Bolsonaro, em tom irônico, declarou que não estamos precisando deste voluptuoso dinheiro e tais declarações podem colocar em risco o acordo entre o Mercosul e a União Européia e atingir diretamente o agronegócio. Chega me faltar o ar!!!!!
Mas, saindo da crise ambiental internacional e olhando para o nosso quintal, por aqui, em terras grapiúnas, a governança ambiental municipal também não se alinhou com o desenvolvimento econômico. A Fábrica da Nestlé está encerrando suas atividades, deixando de gerar renda tributária e empregos na cidade. A fábrica da Penalty já acenou neste sentido, demitindo vários funcionários nos últimos dias, alegando ainda que as demissões acontecem em virtude do cenário econômico nacional e do baixo faturamento da unidade grapiúna.
O que isto tem haver com governança ambiental? Tudo!! Enquanto o município de Itabuna não ampliar sua rede de saneamento básico, novos empreendimentos não irão por aqui se instalar. Nos últimos anos sabemos que vários empreendedores deixaram de investir na cidade de Itabuna, por conta da precaríssima rede de saneamento básico.
Hoje a atual gestão municipal fala em privatização do saneamento básico, seria então a solução? A resposta vem com o ingrediente primordial, ÉTICA. Não adianta entrar o capital privado se este continuar sendo utilizado para manutenção e ampliação da folha de pagamento de salários e não ser utilizado para ampliação e melhorias de serviço de saneamento básico (água tratada, rede de esgoto, esgotamento pluvial e coleta de lixo). A sociedade deve participar mais das audiências públicas que discute esta concessão e assim como o Poder Legislativo municipal fiscalizar bem os parâmetros desta importante concessão de serviço público, sob pena de com a privatização, pagarmos tarifas de água ainda mais cara e sem ampliação da rede de esgoto e termos que seguir o conselho do Presidente da República Jair Bolsonaro fazer cocô dia sim e dia não.