Em recente Pesquisa publicada pelo Instituto Seguridad Justicia y Paz, uma organização da sociedade civil mexicana, apartidária e independente. Publicou seu levantamento, divulgado em 12.03.2019, considera cidades com mais de 300 mil habitantes no mundo, a partir de dados Oficiais sobre crimes letais intencionais contra a vida do ano de 2018, que abarca os homicídios dolosos, lesões corporais seguida de morte e latrocínio, além de morte por intervenção policial.
O contexto de violência no Brasil, toma forma na Bahia que possui três cidades entre as mais Violentas no Mundo: Feira de Santana, Vitória da Conquista e Salvador. Assim, é importante destacar que Segundo o Atlas da Violência, pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, a taxa de homicídios na Bahia a cada 100 mil habitantes cresceu 97,8%. E entre as capitais do Brasil, Salvador aparece em segundo lugar no número de mortes violentas intencionais.
Trazendo para uma análise mundial dessa violência, aponta o Instituto Seguridad Justicia y Paz, que a violência no México é provocada pelas guerras entre integrantes do crime organizado relacionados franquias de narcotraficantes pelo domínio territorial do comercio de narcóticos seja no atacado ou no varejo, uma vez que o México está ao lado do maior mercado de drogas do Mundo, os Estados Unidos, levando-se em conta a tendência de redução da mortalidade com a vitória de uma das facções rivais, a exemplo do que já ocorre no Estado de São Paulo, com o monopólio do mercado de drogas pelo PCC – Primeiro Comando da Capital.
Destaque especial para a América Latina, pois dentro das 50 cidades mais violentas, 42 estão dentro dela. A Colômbia é o destaque positivo da relação. No contexto da Venezuela, nos deparamos com um desafio, mas especialmente em 2018, um novo fenômeno que expressa a grave crise que em todas as ordens que a Venezuela enfrenta: a crescente incapacidade de contar seus mortos. Mas, ainda é importante mencionar que a produção de cocaína é endêmica nos países andinos, sendo os principais produtores a Colômbia, Peru e Bolívia. Cujo movimento de mercado (tráfico) modificou-se na primeira década deste século, conforme figura abaixo, com a desvalorização do dólar e a fiscalização mais dura nas fronteiras dos Estados Unidos, fizeram os traficantes direcionar o produto para a Europa, onde o consumo da droga vem crescendo, pela oferta do produto, que está chegando com mais facilidade, conforme figura abaixo:
Dessa forma, a condição anêmica da política de prevenção associada à ineficiência do Estado da política de segurança pública qualificada, do policiamento ostensivo preventivo a investigação criminal, esta última, cada vez mais, deixada em segundo plano, vai se apresentar como um desafio. Destaca-se negativamente a opção política dos Governos Estaduais e do Governo Federal de dar mais foco na política do “visível”, esquecendo que a investigação criminal qualificada é a mais eficiente forma de redução da criminalidade. Como diria o Marquês de Beccaria, “dos maiores travões aos delitos não é a crueldade das penas, mas a sua infalibilidade”, assim, a certeza de um castigo, causará sempre a impressão mais intensa que o temor de outro mais severo, aliado à esperança de impunidade.
*Geógrafo, Roberto José também é Especialista em Planejamento de Cidades, Especialista em Engenharia de Tráfego, Mestre em Geografia; Policial Civil, Professor da Rede Particular de Ensino, Pesquisador e Consultor sobre vulnerabilidade e Risco Social, Tutor de Ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Membro do FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Diretor do Sindpoc – Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia.