ITABUNA: MANIFESTAÇÃO CONTRA O CORTE NAS UNIVERSIDADES REÚNE ESTUDANTES E TRABALHADORES NA CINQUENTENÁRIO
Estudantes e representantes de entidades estudantis e de sindicatos de trabalhadores participaram nesta quinta-feira, 30, de atos contra o contingenciamento de verbas públicas para universidades federais. Várias cidades, no Brasil e no exterior, participaram do movimento. É a segunda vez este mês em que os manifestantes vão às ruas em defesa de manutenção de recursos para o ensino superior.
Em Itabuna o ato aconteceu na avenida Cinquentenário e foi liderada por várias entidades das classes estudantis e de sindicatos. Membros do Levante Popular da Juventude, UJC, UJS, CUT, CTB, SIMPI e alunos e professores da UFSB, IFBA e UESC se fizeram presentes no ato.
Em entrevista ao iPolítica, o estudante Mateus Leal da UFSB disse que o corte, para ele, representa um fim de um sonho. “Eu que sou do interior, foi muito difícil, não só para mim, mas para meus pais”, disse o jovem. “O medo deles (Governo) é de que um pobre, como eu, vindo da roça e estudante da rede pública, possa ter voz e lugar na sociedade”.
O representante da Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CUT – Eduardo Sodré, disse que o movimento é de discussão sobre o corte da educação, mas também para tratar da previdência. “Claramente que o Brasil precisa de uma reforma, mas essa que foi apresentada não pensa em todos. Não se pode criar regras onde prejudicam os trabalhadores. O nosso salário mínimo já é ruim”, disse Sodré ao iPolítica.
Muito se fala sobre os estudantes, mas pouco sobre os professores e profissionais que trabalham nessas universidades. O professor da rede Estadual, Márcio Santana, esteve presente na manifestação e, em entrevista ao blog, disse que a tempos os professores vem passando por determinadas dificuldades. “Esse processo já vem ocorrendo a algum tempo, está tendo uma dimensão muito maior agora. A luta é pelo retorno dos concursos públicos e da evolução no plano de cargos e salários dos professores, já que a classe tem tido perdas salariais nos últimos anos. A luta dos professores é uma luta de toda a sociedade”, disse Márcio.
UESC
A greve que já dura 50 dias na Universidade Estadual de Santa Cruz, também foi o alvo das manifestações de hoje. O presidente da Associação dos Docentes da UESC, professor José Luiz disse ao iPolítica que as negociações não avançaram, mas que espera uma resposta do governo até a próxima semana. “Paralisamos as atividades em abril, tendo como pauta o nosso orçamento institucional e o reajuste, fato que não ocorre a quatro anos”. Questionado sobre o corte nos salários, anunciado pelo Governador, o professor disse que em abril foram cortados 16 dias e em maio 30 dias. O professor informou que a classe entrou com um mandado de segurança e aguarda a manifestação legal do Governo em relação aos pagamentos que foram cortados.
A organização do evento estimou 2000 pessoas presentes no ato.
Veja algumas fotos do ato: