“O BARRACO TEM NOME E SOBRENOME. RAQUEL DODGE.” DISSE PROCURADOR EM CONVERSAS VAZADAS DO INTERCEPT
O procurador Januário Paludo, em conversas com demais procuradores, pelo aplicativo Telegram, disse que “o barraco tem nome e sobrenome” se referindo a procuradora Raquel Dodge. Os diálogos que foram publicados neste sábado, 10, foram enviados por fontes anônimas ao site The Intercept Brasil em parceria com o jornal El País.
As conversas captadas foram do dia 11 de março deste ano. A força tarefa da operação Lava-jato, segundo apontam os diálogos, viam Raquel como uma especie de “inimiga interna” da operação. Segundo o El País, os procuradores buscaram meios de enviar informações de forma anônima à jornalistas, para que pudessem pressionar Dodge a liberar delações ao STF, entre elas a de Leo Pinheiro, testemunha chave que incriminou o ex-presidente Lula.
Quando Dodge foi indicada ao cargo, em 2017, pelo então presidente da República Michel Temer, Dallagnol disse aos demais colegas: “Raquel Dodge se aproximou de Gilmar Mendes e é a candidata dele a PGR”. Em outros diálogos, Dallagnol disse que Dodge só não pressiona o Supremo porque “sonha” com uma vaga na corte.
Peças-chaves da investigação, como Léo Pinheiro, o empreiteiro da OAS que incriminou o ex-presidente Lula em sua primeira condenação, no caso do triplex, ainda não tiveram suas delações validadas pelo STF. Assinado em dezembro de 2018 com a PGR, o acordo de Léo Pinheiro não foi, até hoje, enviado por Dodge ao Supremo.