Plansul
Sicoob
Buerarema
COLÉGIO JORGE AMADO
Ieprol

PORQUE A BARBIE É UM FENÔMENO (E ELE É ANTI HOMEM?)

*Por Lilian Hori

O filme da Barbie foi um fenômeno tão grande e inesperado. Grande porque TODOS se vestiram de rosa: mulheres, crianças. LGBTQIAPN+ e também os homens, e inesperado porque, apesar das produtoras esperarem algum sucesso, Hollywood não emplacava mais nenhum grande filme já há algum tempo, até mesmo por conta da greve de roteiristas e de atores também depois, mas no meio de tantos indicadores que ele não seria um estrondo, ele mostrou que veio para fazer história.

O filme de 118 minutos, já entrou no rol dos 25 filmes que alcançaram a faixa de bilhão de dólares: nesta lista conta apenas com Os Vingadores, Ultimato, os dois Avatares, *Titanic (com os relançamentos), Rei Leão (live action), Homem-Aranha sem volta para casa, O Senhor Dos Aneis-O Retorno Do Rei, e Jurassic World, Star Wars, todos blockbusters, exceto Titanic, que em 1997, foi o primeiro estrear esta lista, ficando um bom tempo no topo, até que chegou O Senhor dos Anéis- O Retorno do Rei  em 2013, reinando por 16 longos anos sozinho, e Barbie será a Segunda a não ser uma continuação nesta lista.

Retomando ao filme da Barbie, ele definitivamente não é um filme para crianças, elas não irão se divertir e posso dar incontáveis exemplos, ele faz inúmeras referências de outros filmes m, colo o que veio logo na abertura: 2001, Uma Odisséia No Espaço, um clássico do cinema ; por mais que uma criança almeje assistir a uma aventura da Barbie, convenhamos que este trecho estava no trailer do filme, e, qual é a criança que iria entender uma cena que nem os adultos entenderam lá trás, quando o 2001 foi dirigido por nada menos por Stanley Kubrick? Ali já mostrava que o público alvo nunca foram as crianças Por ali, já dava para sacar que o filme foi feito para os adultos e adolescentes, talvez! Vi gente reclamando que eles venderam como filme para crianças, e não sei de onde foi que tiraram isto! Sem contar que a Barbie, já no trailer mostrava tendo crise de identidade! Com certeza o público infantil, já acostumado com os filmes genéricos da Barbie como Quebra-Nozes, O Lago dos Cisnes, Fairytopia, e eram isto que na mente deles estavam esperando: uma Barbie delicada, perfeita, que resolve tudo com magia.

Sobre o roteiro, o casal Greta Gerwig e Noah Baumbach aproveitaram e alfinetaram aquilo que todos falavam comentaram e criticaram a boneca: ela sempre é super perfeita, de corpo inalcançável, e claro: dona de tudo e com mil e umas profissões; o Ken? Sempre foi um mero acessório em que as vezes as meninas pegavam para brincar, e muitas outras vezes não. Ele não é dono de nada, e nem mesmo tem direito a uma casa, pois os Kens sempre apareciam do absoluto nada!

Ao se deparar com pensamentos mórbidos, começar o dia com tudo dando errado, tendo um dia talvez mais parecida com os humanos, ela segue para o mundo real, e cometeu o maior erro de sua vida, ou não, o Ken! Ao passearem de patins, talvez algo extremamente comum na “Barbilandia”, ambos notam os olhares diferentes e de forma diferente: o Ken, com o seu físico e beleza impecável, as mulheres reais as admiram, jaca Barbie percebe que não se sente confortável com os olhares dos homens com a sua beleza estonteante, ela está sendo “comid@ pelos olhares masculino, é aí que veio a cena do assédio contração Barbie, quanto o seu par é endeusado é altamente respeitado, e depois, logo descobrem que praticamente todos os trabalhos são executados majoritariamente por homens.

O Ken deslumbrado, descobre algo que sempre foi altamente perigoso, o modelo do patriarcado, aqui, os homens podem ser o que quiserem. São respeitados, disputados, um mundo “ideal” versão machos que se alto intitulam alpha. As mulheres aqui, na sua esmagadora maioria são donas de casa que, mesmo depois de um dia exaustivo coo oi zingando, passando, lançando roupa, pratos, dobrando, guardando, cuidando dos filhos, e que muitas vezes trabalham assim como o homem, mesmo recebendo menos (aqui uma informação importante: a mulher ganha em média 30% a menos)elmo, estas esposas ainda tem que agradar o marido, fazê-los esquecer o dia duro deles (como se as delas fosse fácil, (uma ironia: fadas madrinhas não existem aqui).

O casal se separa e cada um tem uma experiência diferente: o Ken se deslumbra com o patriarcado e retorna a Barbilandia” cheios de ideias não tão inovadoras, para não dizer retrograda, enquanto a Barbie descobre o quanto o nosso mundo é imperfeito: temos sentimentos ruins, envelhecemos, e, o mais chocante para ela: a empresa que a fábrica está nas mãos dos homens! Ao chegar ao salão da diretoria e perceber que não tem uma única mulher que gerencia àquele lugar, ela se sente frustrada, decepcionada por não haver nenhuma sequer igual a ela, que a entenderia, e tudo era muito estranho ali. Ao encontrar a sua dona com uma filha na fase adolescentes rebelde, ela pensa que os seus problemas estavam resolvidos, mas ao retornarem a Barbilandia está transformada em Kendon (reino do Ken em português), as Barbies devem aos seus “namorados não oficiais” deixando se esparramar no sofá, ser incapaz de pegar uma cerveja, tendo sempre que pedir a uma Barbie, as bonecas começam a agir como muitas mulheres (e são incontáveis) do mundo real.

Agora chegarei à parte mais espinhosa e pisarei em cacos de vidros: as Barbies foram criadas para as meninas sonharem além do fatídico destino dona do lar (que vou deixar muito bem claro: uma mulher pode ser sim dona de casa, ser mãe é excelente esposa, agora a vírgula, se ela almejar este futuro, e está tudo bem!).

Centenas e milhares de homens se levantaram para dizer quero filme é anti-homem, subversivo, dizendo que não há um homem que seja inteligente; mas o ao contrário sempre aconteceu : é a mulher que é incapaz, fazem papéis de burras, de frágeis; ou ninguém nunca notou que a Mary Jane sempre cai, sempre está em perigo; filmes ridículos, objetivando a mulher,  em que as secretarias são lindas de corpo mas usam um decote devasso é uma saia indecente para o trabalho, quando não, elas são as amantes, destruidoras de lares, como muito evangélicos reclamaram do filme de BONECAS de meninas. E quando as mulheres são retratadas como forte, já perceberam que ela é sempre uma executiva solitária, ela é sempre a CEO de uma megaempresa sem marido ou filhos, sempre a solteirona, encalhada, e ninguém reclama disso?!! Não citarei a questão racial (apequena sereia) e LGBTQIAPN+ porque ficaria longo, são inúmeros casos que podemos citar aqui de como a mulher é limitada nos papéis de Hollywood.

Para mim o fenômeno foi algo genuíno, Hollywood tinha que trazer uma novidade, que não fosse um super-herói salvando o mundo e destruindo a cidade; ou uma comédia romântica em em que a menina é feia e impopular por usar óculos e amarrar o cabelo, e os quais quando os benditos óculos e desamarra o cabelo, o homem mais gato da escola se apaixona por ela, ela se torna a rainha do baile, e são felizes para sempre. Hollywood precisava de algo renovador, mais nostálgico com temas espinhoso, algo ácido, com piadas jocosas, e foi isto que a Greta nos trouxe! Ela retrata o machismo de forma branda, e ao mesmo tempo ridícula para que menores pudessem entender o perigo do patriarcado e do machismo e o quanto temos ainda que mudar.

Agora quero destacar o monólogo da América Ferreira sobre o quanto ser mulher é difícil, muitas vezes contraditórios, muitas vezes tendo que ser forte e frágil, arrumada, mas não vulgar, ter nossos dias ruins e sermos acusadas de histérica, de estarmos de TPM, de mimimi, e o quanto é difícil este mundo!

Agora um grande SPOILER!!!! (Não leia Aquiles você não assistiu ao filme.) A Barbie convence o Ken que existe o Ken sem a Barbie (e a mulher sem homem)e ela, sendo a Barbie estereotipada, s  e m defeitos, com todos os dias maravilhosos, ela fala para a sua criadora, Ruth Hendler, que mesmo com todas as imperfeições do mundo real, era aqui que ela queria passar os seus dias: com dias medíocres as vezes, com imperfeições no corpo, como as celulites, e já usar o que não tem nada haver com a moda, usar roupas comuns como as sandalinhas sem salto e de couro.

No final, quem teve um olhar mais apurado, viu que nós (mulheres) podemos ser quem quisermos ser, mas o homem também pode ter este espaço e que entramos de rosa para sermos parecidas com a Barbie, contudo, foi a Barbie que quis ficar igual a nós (reles seres mortais com defeito. E foi isto que fez deste filme um fenômeno, digno de arrecadar.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.