O iPolítica esteve na tarde desta segunda-feira (6) no Albergue Bezerra de Menezes, em Itabuna, para conversar com a presidente da instituição, Isaura Brandão, e esclarecer alguns pontos sobre a morte de um acolhido que estava na ala psiquiátrica. A vítima de 68 anos foi assassinada pelo colega de quarto que tinha 45 anos.
Segundo Isaura, os dois acolhidos já tinham apresentado surto anteriormente e foram colocados em uma área para um tratamento mais específico. Antes, os dois, dividiam o quarto com mais duas pessoas em situação de distúrbio mental. Ao todo, desde o fechamento do São Judas, o albergue tem 39 acolhidos com distúrbio, sendo que desse total 15 são idosos.
Isaura ainda contou que, no dia do crime, os medicamentos foram aplicados de forma correta e todas as medidas foram cumpridas. Entre uma vistoria e outra, os funcionários chegaram a ver os dois dormindo. Já por volta das 6 horas, o acolhido que cometeu o delito levantou e disse a um dos porteiros que a vítima teria caído no quarto. Quando os funcionários chegaram para constatar o fato, notaram então que não se tratava de uma simples queda pela quantidade de sangue.
Uma enfermeira de plantão foi acionada e em seguida uma equipe do SAMU, que constatou o óbito e encaminhou o caso para o Departamento de Polícia Técnica – DPT. No Complexo Policial, o autor do homicídio disse que enforcou e pisou no rosto da vítima. Ele foi ouvido e liberado para retornar ao Albergue, onde aguarda a transferência para o Manicômio Judicial em Salvador.
Ministério Público
A presidente da instituição disse a nossa redação que o MP dificilmente responde uma solicitação deles e que, desde outubro de 2022, eles buscam uma reunião com o órgão para tratar sobre o assunto.
Isaura disse que uma Comissão do MP visita anualmente a sede para avaliar as condições dos acolhidos.
Prefeitura de Itabuna
Outro ponto levantado por Isaura foi a falta de assistência pela Prefeitura de Itabuna, onde por inúmeras vezes ela tem buscado contato com o prefeito para tratar da situação da ala psiquiátrica e, até o momento, todas frustradas. Segundo ela, uma reunião foi agendada com ele para o início de março.
O único contato que o Albergue conseguiu manter foi com a secretária de Saúde Lívia Mendes que, segundo Isaura, alegou que a Prefeitura não poderia auxiliar no momento sobre a demanda. Ela disse que já tentou por diversas vezes contato com a Secretaria de Promoção Social e Combate a Pobreza – SEMPS, mas sem sucesso também.
Nossa redação tentou contato com a assessória da Prefeitura, mas até o momento desta publicação não obteve retorno.
O Albergue
A instituição atualmente sobrevive do pagamento dos acolhidos, que é de um salário mínimo, sendo que nem todos tem o benefício e conseguem pagar a contribuição. “Por se tratar de entidade filantrópica, as pessoas tem a ideia de que aqui tudo é gratuito. Sobrevivemos hoje de doações e de algumas contribuições dos benefícios de nossos acolhidos”, disse Isaura.
No total, são 73 acolhidos sendo que 39 apresentam algum distúrbio mental e 34 são idosos sem patologia.
O iPolítica vai conversar com Isaura Brandão nesta terça-feira (7) às 21 horas em uma live no Instagram.
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