Chapecó, em Santa Catarina, foi apontada pelo presidente Jair Bolsonaro como exemplo no combate à covid-19, no entanto, segundo dados do Ministério da Saúde, o município tem 100% das UTIs lotadas no SUS e rede privada.
O município acumula ainda mais mortes por 100 mil habitantes do que o País e Santa Catarina. A cidade enfrentou colapso de saúde em fevereiro, precisou transferir pacientes, adotar restrições de circulação e ampliar o número de leitos. Chapecó tem 537 mortos pela pandemia, sendo que mais de 410 foram registrados neste ano.
De acordo com o Estadão, Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 5, que visitará a cidade que fez um “trabalho excepcional” contra a pandemia e deu “liberdade” a médicos para prescreverem o “tratamento precoce”, ou seja, medicamentos sem eficácia para a covid-19, como a hidroxicloroquina. Mais cedo, o presidente compartilhou vídeo em que o prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD), celebra a queda de internações e a desativação de uma unidade de terapia semi-intensiva.
Ainda de acordo com o Estadão, apesar do entusiasmo do presidente, Chapecó apresenta taxa de 243 mortos para cada 100 mil habitantes, superior à média nacional (157,7 vítimas) e de Santa Catarina (158). Há ainda 193 pessoas internadas na cidade, número superior ao de 20 de fevereiro (183 internados), quando a cidade estava em colapso. O prefeito João Rodrigues disse ao Estadão que a doença está controlada na cidade. Ele atribui a queda de casos à testagem e tratamento rápido. “Está 100% controlada. O que tem são as UTIs lotadas”, afirma Rodrigues, que alega que a ocupação de leitos na região segue altíssima por causa de pacientes de fora da cidade.
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