Primeiro mandato ou mandata coletiva na Câmara Municipal de Salvador (CMS), as Pretas por Salvador (PSOL) enfrentam a resistência imposta pela formação de uma “bancada fudamentalista” na Casa. Como exemplo, a representante da mandata, a vereadora Laina Crisóstomo cita projetos como Escola sem Partido, já declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a tentativa de revogar a Lei Têu Nascimento, que pune bares e restaurantes por LGBTfobia.
“A fala para revogar é que essa lei garante ‘superproteção’. Teve vereador dizendo que era a criação de uma super raça. Eles são os opressores, mas é o tempo todo no processo de ‘ah, eu sou oprimido também'”, critica Laina, em entrevista ao Bahia Notícias. “Eles falam tanto que a gente está tendo privilégio e dentro daquela Câmara, de 43 mandatos, só um é de LGBT. Que privilégio a gente está tendo? O privilégio sempre foi dos homens, dos brancos, dos cis, dos heteros. Isso é um processo que a gente precisa todo dia combater”, acrescenta a vereadora.
Laina ponderou em sua fala também que, especialmente na bancada de oposição e nas comissões em que faz parte, Gleide Davis e Cleide Coutinho – suas companheiras de mandato -, são reconhecidas. Esses avanços, que são graduais, também são buscados no âmbito do partido. Segundo a vereadora, o PSOL baiano tem construído uma “setorial de mulheres”, onde elas pretendem transformar a legenda.
“Nós estamos construindo uma nova história para o partido na Bahia, que tem a ver com fortalecimento e construção de cada vez mais mulheres na política, então é um caminho que não volta. (…) A gente está se quebrando internamente porque tem que passar bastão”, ressalta, acrescentando que isso já começa a tomar forma, a exemplo da mudança na Câmara de Salvador, hoje não mais representada pelo deputado estadual Hilton Coelho ou pelo ex-vereador Marcos Mendes, mas sim por três mulheres.
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