Grupos comunitários de Salvador realizam trabalho de conscientização política em periferias do estado. O objetivo é dialogar com os moradores das localidades sobre a importância do voto consciente e combater as notícias falsas. As mobilizações têm apoio do Seja Democracia, uma frente de formação política do Instituto Maria e João, que atua em dez estados do Brasil.
No estado da Bahia nove comitês ligados ao Seja Democracia estão distribuídos nos municípios de Ibipitanga, Irará, Camaçari e Salvador. As ações são realizadas em favelas, comunidades, zonas rurais e territórios quilombolas.
Democracia no quilombo
O coletivo “Comunidade Quilombola e Participação Política” promove oficina de Formação Política em defesa da democracia e contra ás Fake News, no Quilombo Alto do Itororó, localizado em Salvador. O grupo ainda produz e distribui cartilhas sobre agendas políticas e orientações para coibir a propagação da desinformação.
A estudante universitária Gabriela Batista Lima, responsável pelo Comitê explica a importância de debater democracia no quilombo.
“Essa população, do Quilombo Alto do Itororó, se encontra marginalizada, fora desse processo de construção social. A gente entende e percebe a necessidade de debater política nesses espaços, de discutir e envolver esses sujeitos no processo de construção social. A ação é fundamental nesse território, no sentido de incitar o pensamento crítico da comunidade”.
Democracia no Rap
As atividades do comitê “Rap da Democracia” mostram que a democracia pode ser discutida em todos os espaços, inclusive na arte e na música. Segundo o educador social, Bruno Alves, idealizador do projeto, o Comitê dialoga com as juventudes da comunidade, Alto das Pombas, Salvador, sobre temáticas ligadas a direitos sociais. O educador utiliza o Rap como instrumento para debater política, cultura e identidade no território.
O Rap da Democracia realiza batalhas de rap com temáticas relacionadas aos direitos sociais e políticos conquistados graças ao sistema democrático. O evento reúne jovens de toda a comunidade em uma disputa saudável na qual são abordados temas como fome, desemprego e a problemática de governos arbitrários. Bruno explica o uso do rap para aproximar as juventudes.
“Apesar de nossas juventudes serem muito marginalizadas, a batalha de RAP proporciona um espaço onde esses jovens, através de rima, podem falar seus sonhos, seus anseios de mudança e seu posicionamento a tudo que sofrem em suas comunidades. As batalhas foram uma oportunidade de gritar que não queremos morrer e que queremos ter poder de fala nos espaços que vivemos”, diz o educador social.
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