Há mais de um século, por conta de inúmeros movimentos fatídicos, chegamos a essa data do 08 de Março que nasceu de reivindicações por direitos trabalhistas onde custaram lágrimas e sangues de mulheres que lutaram por direitos equânimes aos homens, marcaram na história da humanidade a luta pela igualdade.
Hoje, nós MULHERES do mundo, brasileiras, mulheres de todas as etnias, cor, raça, identidades, orientações sexuais, brancas, negras, quilombolas, indígenas, LGBTis; mulheres de todas as religiões e de Fé; estamos à comemorar o Dia Internacional da Mulher?
Sim, temos que comemorar para fazer justiça às lutas das mulheres de nossa ancestralidade; a luta das mulheres dos movimentos sociais, da política; os avanços conquistados pelas mulheres da Ciência, Ciência Política, História e das demais mães, mulheres operárias, da guerra, mulheres da Saúde e da mobilização social que sedimentaram a nossa história de luta e conquistas históricas!
Mas precisamos também fazer referência às perdas sociais que tivemos nos últimos anos; o retrocesso na carteira de direitos humanos quando assistimos atônitos o Brasil, por meio desse Governo Bolsonaro, deixar de ser signatário nas questões de gênero no Conselho da ONU, ver os direitos das meninas e mulheres serem ameaçados por políticas públicas que não nos protegem! Simmm, TAMBÉM É DIA DE FAZER REFERÊNCIA À NOSSA LUTA!
Nessa pandemia assistimos inúmeras alterações na Lei Maria da Penha com o intuito de ampliar a proteção de nossas meninas e mulheres. Porém, em paralelo, sofremos uma “pandemia das sombras”, vimos MULHERES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS, NEGRAS, MULHERES DA PERIFERIA, sendo mortas pela violência doméstica e familiar, pelo racismo, pela falta de auxílio emergencial, pela falta da vacina e, principalmente, pela ineficácia e insuficiência de políticas públicas de amparo a essas mulheres.
Estamos, hoje, aqui para reivindicar o “direito de existir” como mulheres livres, filhas, mães (quando esta for a sua vontade), esposa (quando esta também for a sua vontade), profissional, do lar, política …
Enfim, não importa a posição, mas a nossa condição de escolha, de voluntariedade, ser RESPEITADA! A nossa condição de mulher é dotada de vontades e direitos! A todo o momento somos colocadas a essa prova, a condição de resistência, de luta e de busca pela igualdade.
É o dia de chamarmos à atenção que considerada à diversidade de gênero, que precisa ser reconhecida e respeitada, não podemos nos perder diante da persistência da cultura do patriarcado, do machismo, da misoginia, da violência doméstica e familiar, da violência política e institucional que afeta a todas nós mulheres de todo o mundo.
Parafraseando Simone de Beauvoir ” NÃO SE NASCE MULHER: TORNA-SE.” Continuemos na luta! À desobediência ao patriarcado! Nos deixem livres para viver!
*Larissa Moitinho é advogada e apresentadora do programa Café com Elas, no Ipolítica Bahia.
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