Recentemente assistindo dois telejornais de famosas emissoras da nossa região, percebi que em ambas as reportagens existem vários equívocos, do ponto de vista científico, sobre as causas e possíveis soluções para o momento de erosão nas praias da região de São Miguel no Município de Ilhéus – Bahia, o que me incomodou a escrever de forma minuciosa e de fácil entendimento para nossa população, porém sem abrir mão da base cientifica para as afirmações elencadas, bem como, disponibilizar uma vasta bibliografia sobre o assunto, que aqui será mencionada.
Assim, vejamos. As reportagens colocaram a culpa sobre os episódios de erosão marítima na região exclusivamente nos eventos naturais, como por exemplo, a presença de uma frente fria ocasionando a região sul baiana fortes chuvas e rajadas de ventos, e também da falta de manutenção e construção obras transversais (molhes ou esporões) por parte dos autoridades competentes.
É importante antes, fazer menção ao conceito de “região costeira” ou de “praia”, o qual é um ecossistema frágil devido a sua localização na interface continente-oceano-atmosfera, onde os processos físicos, químicos, biológicos e geológicos característicos desta zona de interação atuam de forma dinâmica. A estabilidade sedimentar (da areia) e morfológica (da forma) de uma região costeira (praia) é controlada, na escala regional, pelo balanço entre os processos meteorológicos (chuva e vento), oceanográficos (correntes de deriva costeira) e as descargas fluvial e sedimentar (rios da região), configurando o impacto do homem, mais um fator determinante sobre o balanço sedimentar e a morfologia da linha de costa, segundo aponta a pesquisadora Ignácio (2007).
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