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“O MAIS DIFICIL É NÃO PODER BEIJAR MINHAS FILHAS”, DISSE ISAAC NERY, EM ISOLAMENTO HÁ DEZ DIAS

O médico e pré-candidato à prefeitura de Itabuna Isaac Nery (Avante), participou de uma live promovida pelo blog iPolítica nesta sexta-feira, 15, onde contou um pouco de como está sendo o convívio após ter confirmado o teste para Covid-19 (Relembre). O médico, que permanece há 10 dias em isolamento domiciliar, atua na linha de frente do Hospital Regional Costa do Cacau, disse que já está há 72 horas assintomático e que na próxima quarta-feira (20), pretende retornar as atividades à frente da UTI Covid.

No início dos sintomas, Isaac contou que teve algumas dores no corpo, normais até então. O exame para Coronavírus foi feito no Hospital Costa do Cacau, onde desde então manteve o isolamento domiciliar. “Tive uma dor no corpo de domingo para segunda, um leve calafrio, mas achava que eram sintomas normais. Quando foi na quarta, eu fui tossir e não conseguia. Resolvi fazer uma tomografia no tórax para saber, e logo desconfiei que era Covid”, disse Isaac.

Questionado pelo jornalista Ricky Mascarenhas sobre qual é a sensação física das dores, o médico relatou que se assemelha a condição de ter um peso, equivalente a 70 quilos, em cima do tórax. “Ricky, a sensação que você tem é que uma pedra de 70 quilos está no seu tórax e você fica empurrando ela para tentar respirar. Mas graças a Deus, já estou sem todos os sintomas, não tive febre, não tive mais nada. Cruzei o vale da sombra da morte e Deus me deu a vitória”, relatou o médico.

As medidas adotadas por Isaac, assim que retornou do plantão já desconfiado dos sintomas, foi de se isolar em seu quarto e manter sua esposa e filhas em isolamento domiciliar. “Quando eu liguei para casa, pedi para minha filha tirar tudo que tinha no meu quarto, para me isolar. Tirei minhas roupas e entrei de toalha e máscara”. A forma de conviver mudou drasticamente, segundo Isaac até o modo de se alimentar teve que ser ajustado, para evitar o contágio nas demais pessoas. “Minha esposa faz a comida e me entrega pelo quarto, sempre quando manuseio as coisas peço que as meninas limpem as mãos, use álcool em gel. Agora estou circulando em casa, sem ter contato com minhas filhas e minha esposa. As meninas não estão indo ver minha mãe, meu irmão traz as comprar e as deixa na varanda. Eu me isolei no quarto e as meninas se isolaram em casa”, disse Isaac.

Para o médico, a doença não só traz dores físicas, como também psicológicas. O fato de não poder abraçar suas filhas e beijá-las torna a situação mais delicada. “É uma doença que não machuca só a carne, mas o psicológico também. O mais difícil é ver minhas filhas e não poder abraça-las”. Outro ponto relatado por Isaac é o fato de não saber o que pode ocorrer durante a contaminação, para ele o medo maior era de permanecer internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, a UTI. “Eu tive que ir na Santa Casa colher uma gasometria, o pessoal teve uma sessão de que iria morrer, o meu medo era de ir para o Hospital ficar internado na UTI. Uma coisa que trabalhei na minha cabeça era de que não era médico, mas sim paciente, segui as orientações que foram passadas, usei as medicações que foram necessárias, e as orações, Deus fez a parte dele trazendo a cura”, relatou o médico.

O passa tempo dele está nos estudos. Isaac ainda disse que sua filha fica na janela cantando músicas para ele. “Fico em casa lendo a palavra de Deus, estudando medicina intensiva, lendo artigos sobre o Covid, se inteirando sobre as notícias da política, a minha filha senda aqui na janela e canta para mim, a vida é essa, não podemos nos abater com isso”.

Costa do Cacau

Sobre o Costa do Cacau, Isaac disse que nenhuma unidade hospitalar estava preparada para essa pandemia, mas as coisas por lá se alastraram rapidamente. “Deparamos com uma quantidade de casos muito rápidos em uma semana, inclusive perdemos Dr. Gilmar, até a unidade entender o processo as coisas foram acontecendo muito rápido”, relatou Isaac que disse ainda que a unidade teve dificuldade em comprar materiais de EPI’s, devido à grande demanda que se gerou. “Conseguimos máscaras, capas, as coisas começaram a chegar, mas a pandemia não espera, infelizmente nenhum hospital estava preparado para isso. Tivemos dificuldades na compra dos materiais, mas o hospital está servido bem a população”, finalizou.

Covid-19 Itabuna

Isaac disse que a grande demanda dos casos de Itabuna, se dá pela falta de conhecimento que a população tem em manusear e utilizar os equipamentos de EPI. Para o médico, o vírus vai circular a cidade, mas a população e o município devem estar preparados. “O vírus vai circular, não tem jeito. Essa questão da mobilidade das pessoas que é o mais difícil, uma cidade que nem Itabuna que as pessoas estão com dificuldade de usar máscara, ou usando máscara no nariz, abaixo do queixo. Ninguém entendeu que é só para mexer quando chegar em casa. O que faltou em Itabuna foi uma equipe qualificada para comunicar as pessoas, faltou que os agentes comunitários informassem ao povo como utilizar as máscaras, comprar mascaras para distribuir para a população”, disse Isaac.

A live completa está disponível no IGTV no Instagram do Blog iPolítica (@blogipolitica).

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