Ieprol – Matrículas Abertas – Desktop Mobile
Navegando pela Categoria

Coluna Livre

O PODER POR UM FIO: CONSCIÊNCIA POLÍTICA E OS DESAFIOS DAS ELEIÇÕES EM 2024

     

Na busca por desafios na vida, muitas vezes desperdiçamos nosso tempo e talento em áreas que não são realmente a nossa vocação. Devemos ser corajosos, mas é importante avaliar se aquilo é realmente o que queremos e se estamos preparados para enfrentá-lo.

Na política não é diferente. É comum ver pessoas no poder que, na verdade, não desejavam estar lá e, pior ainda, não conseguem cumprir adequadamente suas funções. Estão lá por indicação, pressões externas ou ‘vontade do povo’, que nem sempre representa a vontade divina.

Muito se fala das eleições de 2024, por exemplo, que exige muito de qualquer um disposto ao desafio, mas que também tem seus benefícios. No entanto, ao pleitear um cargo público, é preciso ter em mente que nem tudo são vantagens.

É nesse contexto que se encaixa uma parábola do filósofo e político Marco Túlio Cícero, em que ele conta sobre Dâmocles, que bajulava o conquistador Dionísio. Dionísio, cercado por riquezas e belezas, sugeriu que Dâmocles assumisse seu lugar por um dia para que pudesse desfrutar de tudo aquilo. Dâmocles concordou e, ao ser banhado em ouro e vinho, percebeu que uma espada afiada sobre sua cabeça, presa apenas por um fio de cabelo. Isso o assustou profundamente e fez com que perdesse o interesse pelo cargo.

Essa história permanece relevante na política dos dias atuais. A posição mais alta deve ser ocupada por alguém que esteja ciente de que sua cabeça está por um fio. É preciso ter paixão pelo que se faz, para que o fio se torne cada vez mais firme.

Leia mais...

ESTADO: O SENHOR DOS ESCRAVOS

Por Eduardo Carqueija Júnior*

Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinava a Lei que abolia a escravidão no Brasil. Ali terminava, pelo menos sob espectro legal, uma das partes mais vergonhosas de nossa história.

Passados 135 anos da Lei Áurea nós brasileiros estamos sob julgo de um senhor de escravos moderno, sagaz e dissimulado: o Estado. Atrelado aos seus grilhões somos obrigados a trabalhar quase a metade de um ano para entregar-lhe a soma dos nossos esforços.

Sob o argumento de recebermos segurança, saúde e educação sustentamos um estado perdulário e ineficiente dominado uma uma elite cheia de privilégios e regalias.

A violência, o analfabetismo, o desemprego, os esgotos e as favelas são o Pelourinho moderno, o tronco em que os mais pobres recebem as chicotadas em forma de impostos injustos, que serão desviados para as cuecas e malas dos que dizem defende-los.

Sua casa, seu carro, seu patrimônio podem lhe ser retirados a qualquer momento, bastando a vontade do Senhor Estado. Você só pode usar se pagar. Duvida? Fique sem pagar seu IPTU, IPVA ou IRPF e seus bens lhe serão tomados e você pode até ser preso.

Lembre-se: NADA LHE PERTENCE. TUDO É DO ESTADO. INCLUSIVE A SUA LIBERDADE. LIBERDADE????

*Empresário Leia mais...

FIM DE CICLO, ALÍVIO, NOVA JORNADA

Por Giorlando Lima*

Hoje, mais que ontem, senti um alívio por não ser mais secretário de Comunicação da Prefeitura de Vitória da Conquista. Quando acordei, só havia três mensagens no meu WhatsApp. Nenhuma era demanda. Não precisaria ficar uma hora e meia, duas horas, respondendo solicitações, orientando posicionamentos, elaborando respostas para terceiros darem, escrevendo explicação para equívocos de terceiros ou críticas corretas ou levianas de uns tantos.

Porque quase todos os dias era isso. A toalha no ombro ou a caneca de café esfriando à frente e eu, ali, trabalhando sem nem ter saído de casa.

Levantei mais tarde. Não abri os e-mails da Secom, não olhei o GEP. O que é o GEP? Não queiram conhecer aquela coisa horrorosa, mantenham sua saúde mental. Ninguém me perguntou nada. Nem pediu (ou ordenou, como alguns pensavam que tinham direito de fazer).

(mais…) Leia mais...

“SUPER TARDE” COM TAMIRES SANTANA, PROMETE AGITAR AS TARDES PELA BOA FM

A jornalista e radialista, Tamires Santana, tem conquistado cada vez mais espaço na comunicação. Recentemente, ela ganhou mais uma hora de programa na rádio Boa FM, passando a apresentar o “Super Tarde”, das 14h às 18h.

Com uma energia contagiante, Tamires tem conquistado a audiência da rádio com sua programação que mistura boa música, enquetes, alto astral e convidados especiais. Seu jeito descontraído e sua voz marcante fazem com que seus ouvintes se sintam próximos dela e se identifiquem com suas opiniões e comentários.

Além disso, Tamires é conhecida por seu profissionalismo e competência na área jornalística. Com passagens por TV e rádio, ela acumula uma experiência em comunicação, o que lhe confere credibilidade e confiança por parte do público.

Com o “Super Tarde”, Tamires leva ao seu público uma programação diversificada, com notícias dos famosos, entrevistas e muita música boa. Seus convidados especiais trazem uma riqueza ainda maior ao programa.

Não é à toa que Tamires tem se destacado cada vez mais na mídia. Sua dedicação, talento e carisma fazem dela uma das principais referências no mundo da comunicação. Com mais uma hora no “Super Tarde”, ela tem mais uma oportunidade de mostrar seu potencial e conquistar ainda mais espaço na rádio Boa FM e no coração de seus ouvintes.

Leia mais...

CENSURA OU COMBATE À DESINFORMAÇÃO? ENTENDA OS PRÓS E CONTRAS DO PL 2630

por Andreyver Lima – O projeto de Lei das Fake News, também conhecido como PL 2630, é uma proposta que busca regulamentar e fiscalizar as plataformas digitais, como redes sociais, aplicativos de trocas de mensagens e ferramentas de busca.

A discussão sobre o tema ganhou força após os recentes ataques violentos em escolas e os atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no início deste ano.

Apesar de ser uma questão séria, é importante deixar claro que o projeto não busca censurar a liberdade de expressão. Pelo contrário, a intenção é combater a desinformação, o discurso de ódio e outros conteúdos criminosos no ambiente digital.

É importante lembrar que a tecnologia nos levou a um novo patamar e, por isso, as legislações em todo o mundo estão buscando se adequar a essa nova realidade.

Enquanto os defensores afirmam que a nova lei pode melhorar o combate à desinformação, os opositores apontam riscos de as novas regras ferirem a liberdade de expressão. Um ponto especialmente sensível é a definição do órgão responsável por fiscalizar a aplicação da lei e punir as plataformas.

De fato, a questão da regulamentação digital é complexa. Por um lado, é importante garantir que a liberdade de expressão seja respeitada e que as pessoas tenham o direito de se expressar livremente na internet. No entanto, é preciso coibir a disseminação de informações falsas e o discurso de ódio, que podem causar danos irreparáveis.

O projeto tem sido alvo de críticas, mas é importante lembrar que as grandes empresas de tecnologia têm um papel importante nesse debate. O algoritmo e as inteligências artificiais já estão impondo sua opinião diariamente, o que pode levar à censura por parte dessas empresas. Portanto, é importante que a legislação seja clara em relação às regras que devem ser seguidas pelas plataformas.

É necessário destacar que a discussão sobre o projeto de Lei das Fake News é fundamental para garantir a segurança e a transparência na internet. É preciso que todos os envolvidos no debate – desde os políticos até as empresas de tecnologia – tenham a compreensão de que o objetivo da lei é garantir a liberdade com responsabilidade e transparência na internet, sem ferir a liberdade de expressão.

Leia mais...

22 DE ABRIL: DESCOBRIMENTO OU INVASÃO DO BRASIL?

Dia 22 de abril é considerado o “dia do descobrimento do Brasil”, foi nessa data em 1.500 que os portugueses chegaram ao território brasileiro através do que se conhece como as grandes navegações. 

Apesar deste fato ser amplamente falado nos livros de história do Brasil, há uma parte dela que é ocultada. Nos dias atuais, existem controvérsias quanto ao termo “descobrimento” que marca o começo da colonização e exploração dos povos que habitavam no litoral baiano. 

Há mais de 500 anos atrás, Pedro Álvares Cabral e aqueles que desembarcaram com ele em busca de ocupar as terras brasileiras, tiveram o encontro com os povos indígenas e também um choque de culturas. 

É a partir desse choque cultural, que se tem início a colonização portuguesa no Brasil, período que corresponde a um processo massivo de extermínio da população indigena, invasões, conflitos entre portugueses e indígenas, doenças contagiosas vindas de Portugal se espalhando no Brasil e exploração das terras brasileiras e também dos povos. Ou seja, o descobrimento do Brasil foi um processo marcado pela violência colonial.

Um projeto brasileiro chamado DNA do Brasil, sequenciou o genoma de 40 mil brasileiros com objetivo de resultar em uma base de dados genéticos mais abrangente na população. Dentre outras coisas, o que se pôde constatar foi a marca atroz do período colonial e da escravidão.

 Dados mostram que 70% das mães que deram origem à população brasileira são africanas e indígenas, mas 75% dos pais são europeus. A razão remonta aos anos colonização onde o estupro de mulheres negras e indígenas escravizadas era o padrão.

A exploração violenta e extermínio em massa também fizeram com que os homens indígenas quase não deixassem descendentes. Eles representam apenas 0,5% do genoma na população, enquanto as mulheres nativas somam 34%.  

Que neste dia 22 de abril possamos refletir sobre a história do nosso país por uma outra perspectiva. Parafraseando Edmund Burke: “um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.” 

Leia mais...

EUNÁPOLIS: CÂMARA VAI INICIAR TRABALHOS DE REVISÃO DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

No último dia 12, iniciou-se os trabalhos de Revisao e atualização da Lei Orgânica da cidade de Eunápolis que será coordenado pelo advogado Especialista em Direito Público Municipal Allah Góes.

Na oportunidade, o Diretor Legislativo Milton Guerra, informou que há mais de 20 anos não se realiza uma atualização mais completa na Lei Orgânica, existindo apenas emendas esparsas mas que não verificam a inconstitucionalidade de alguns dispositivos constantes da norma, o que agora será apreciado.

O Presidente da Câmara, Vereador Jorge Maécio, destaca a importância de se atualizar a principal norma jurídica do município. “É através da atualização da Lei Orgânica, que poderemos resolver os gargalos que hoje emperram o crescimento e desenvolvimento de nossa cidade.”

 

Ocorrem diversas audiências públicas, onde toda a sociedade organizada será convidada a participar e propor alterações na Lei Orgânica, que é a verdadeira constituição do Município de Eunápolis.

Será criada uma Comissão especial, formada por vereadores da Casa, no intuito de organizar os trabalhos relativos à reforma e atualização, ocorrendo no próximo dia 24 de abril, reunião para aprovação do regimento interno da Comissão e avaliação das inconsistências existentes entre o atual texto e a Constituição Federal, Estadual e demais normas legais para que, após essa análise, já no dia 03 de maio, ocorra a primeira audiência pública.

Leia mais...

VIAGEM DE JERÔNIMO RODRIGUES FOI UM NEGÓCIO DA CHINA PARA GERALDO JÚNIOR

“Negócio da China” é uma expressão comum, usada para se referir a uma oportunidade vantajosa ou a um bom negócio. A origem desta expressão remonta ao período das grandes navegações, quando Portugal e outros países europeus mantinham relações comerciais com a China. Naquela época, o país era um grande império que detinha um enorme poder econômico, produzindo diversos produtos de alta qualidade que eram muito valorizados no Ocidente.

Hoje, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), está em missão comercial na China, com a esperança de conseguir novos investimentos para o estado. Durante sua visita, tem se reunido com importantes representantes do governo chinês e empresários, em busca de novas oportunidades de negócios.

No caso do vice-governador, Geraldo Júnior (MDB), a oportunidade de estar no comando do estado durante a ausência de Jerônimo pode ser vista como um verdadeiro “negócio da China”. Assumir a liderança do governo é um desafio, mas também pode ser uma grande oportunidade para ‘Geraldinho’, que já exerce um papel importante no grupo, responsável por auxiliar o governador nas tomadas de decisão.

Direto do país asiático, o governador reafirmou a confiança no vice durante entrevista à Rádio Metrópole nesta semana.

O governador em exercício percorre o interior do estado, como em Itabuna, onde apresentou para profissionais da imprensa, empresários e autoridades da região Sul do estado o Programa Bahia Sem Fome, em evento realizado no Teatro Municipal Candinha Dória. A iniciativa faz parte da estratégia de interiorização do programa, que foi criado pelo Governo do Estado para garantir segurança alimentar da população em situação de vulnerabilidade social em todo o território baiano.

Os séculos se passaram e atravessar o mundo continua sendo vantajoso.

Leia mais...

INFLAÇÃO, PODER DE COMPRA DA MOEDA E A IMPORTÂNCIA DA RENDA EXTRA

A inflação e a perda de poder de compra da moeda estão intimamente relacionadas. A inflação é o aumento geral e contínuo dos preços dos bens e serviços em uma economia, o que significa que a mesma quantidade de dinheiro pode comprar menos coisas ao longo do tempo. Isso leva a uma perda do poder de compra da moeda, pois as pessoas precisam de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens e serviços.

 Por exemplo, se um litro de leite custava R$ 3,00 no ano passado e, devido à inflação, o preço aumentou para R$ 4,00 este ano, isso significa que a moeda perdeu 25% do seu poder de compra em relação ao leite. Se um salário de R$ 1.212,00 comprava 404 litros de leite no ano passado, agora ele só pode comprar 330 litros de leite, com o salário atual de R$ 1.320,00. Ou seja, mesmo que o salário tenha aumentado 8,91% de um ano para o outro, percebe-se que houve um aumento nominal do salário, no entanto, uma perda real do poder aquisitivo da moeda.

Portanto, a inflação afeta negativamente o poder de compra da moeda, reduzindo a capacidade dos brasileiros de comprar bens e serviços com a mesma quantidade de dinheiro. Isso pode levar a um impacto significativo na economia e na qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, a renda extra pode ser muito importante para compensar a perda do poder de compra da moeda.

 A renda extra pode ser obtida de várias maneiras, como trabalhar horas extras, vender produtos ou serviços, alugar um quarto em casa (plataformas como o Airbnb tornam esse processo possível), vender roupas e objetos que não usa mais (enjoei, olx, elo7),  colocar para alugar objetos que não esteja usando no momento, ter um espaço em casa para cuidar de animais de estimação (baixe o aplicativo da Doghero e conheça mais sobre), traduzir textos, ministrar aulas particulares, alugar seu carro para terceiros, revender maquiagem, alugar mesas e cadeiras para eventos em geral, investir em aplicações que ofereçam um retorno acima da inflação, entre muitas outras.

 Ao fazer renda extra, as pessoas podem aumentar sua capacidade de compra e, assim, manter seu padrão de vida mesmo com o aumento dos preços dos bens e serviços. Isso é especialmente importante para aqueles que possuem rendas fixas, como aposentados, funcionários públicos, ou CLTs que podem ter dificuldades em lidar com a inflação e a perda do poder de compra da moeda. Diante disso, a inflação e a perda do poder de compra da moeda destacam a importância da renda extra para as pessoas, permitindo-lhes manter sua qualidade de vida e atender às suas necessidades financeiras, mesmo em tempos de aumento de preços.

Para conhecer mais sobre renda extra e aprender como pôr em prática procure a especialista no assunto, a economista Lorenna Bispo. Instagram: 15renda_extra

Leia mais...

100 DIAS DO GOVERNO LULA, E OS PROBLEMAS DE HADDAD

Quem me acompanha, ou comprou o meu livro, sabe da minha posição em relação ao governo Bolsonarista. E as coisas eram tão absurdas que até hoje temos resquícios de escândalos oriundos dos seus quatro anos, por exemplos as joias e os presentes não declarados e as tentativas frustradas de incorporá-los ao seu patrimônio. Vexame total!

Só que agora, vamos esquecer do governo nebuloso do passado, e falaremos do retorno do Lula. Afinal, governo passado, as vezes deve ficar no passado, vivemos no presente. O governo completou 100 dias no dia 10 de março, vamos analisar o que aconteceu até aquele momento.

O próprio presidente deu a declaração de que não tem muitas novidades para mostrar, estes 100 dias foram marcados apenas com renomeação de programas sociais como a renomeação do bolsa família do antigo auxilio emergencial, a volta do minha casa, minha vida, mais médicos, entre outros programas que já foram lançados em governos anteriores, foi como “rearrumar a casa”.

Seguindo, segundo a reportagem do site: Valor Econômico, o governo não tem alianças suficientes para ter uma base sólida: lembrando ao leitor que as leis e a aprovação dos programas sociais tem que haver a maioria absoluta (metade dos votos do Congresso mais 1, ou melhor explicado: 50% + 1) do Congresso. Falando da área econômica, o Ministro Fernando Haddad está demonstrando muitas dificuldade, e a pasta deu pouquíssimos passos para avançar nesta área. Vou explicar com calma porque é muita coisa para dizer sobre isto:

Segundo a mesma revista, Valor Econômico, diz: “O governo segue com dificuldades para dar sinais mais concretos sobre a sustentabilidade das contas públicas e iniciar um novo ciclo”. No artigo da Revista Oeste, diz que o Ministro quer tem intenção de tributar 500 empresas, que, segundo ele, tem “superlucros”

Esta tributação tem a intenção de tributar apenas àquelas empresas que sonegam impostos. Se sou contra a esta tributação? De forma nenhuma, pois quem sonega impostos faz com que as contas públicas não fechem! Todavia, isto tem um porém: segundo o site Agência Brasil, uma pesquisa do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) descobriu que 47% das empresas de pequeno porte , de médio porte é de 31% e o de grande porte, que é o que nos interessam), a sonegação é de apenas 16%, e o imposto mais sonegado, ainda segundo o instituto, é o de ICMS, um imposto estadual; colocando um ranking, as empresas que mais sonegam vem de: o setor de comércio, seguido do setor industrial (e aqui é que foi citado pelo Haddad), e em terceiro lugar são as prestadoras de serviços, a exemplo das companhias telefônicas como a Oi.

O crime de sonegação de imposto está contido no Código Penal que vai de 6 meses a 2 anos de reclusão (podendo ser convertido em penas alternativas, como a famosa multa) e multa (novamente) de 2 a 5 vezes sobre o valor desviado.

O que me faz pensar que, o problema maior está nas pequenas empresas, que não conseguem pagar os seus impostos, e, acreditem, a que mais emprega no país.

Voltando ao meu raciocínio sobre as 500 empresas com superfaturamento, eu acho plausível sim, mas muitas destas mega empresas tem as suas dividas perdoadas na casa dos bilhões, e quem sofre com isto são as pequenas empresas.

Apoio o plano do Haddad, mas lembrando que quanto mais imposto uma empresa paga, menos elas contratam, e isto é lógica matemática para quem pensa nos lucros. É como se eles compensassem a o pagamento de impostos na contratação de trabalhadores, quanto mais uma empresa pagar impostos, mais eles vão demitir funcionários para obter lucro. E aqui um adendo: O índice de desempregados no Brasil é de 9,2 milhões de pessoas segundo o IBGE na pesquisa do primeiro trimestre na reportagem da G1.

O governo deveria, além de penalizar estas empresas, buscar ima solução para quem quer iniciar um negócio, ou seja, fazer um plano de incentivo para as empresas de pequeno porte, diminuindo a carga tributária deste, que são os mais empregam no pais.

O governo lula está encontrando muitas barreiras para realizar projetos e resolver as conta públicas. Desta vez, os desafios do Lula estão bem maiores do que quando herdou o governo de Fernando Henrique.

  Leia mais...

CRIANÇAS DE BLUMENAU, SUZANO, REALENGO: VÍTIMAS DO ÓDIO NO BRASIL…

A tragédia que acometeu as crianças do Centro de Educação Infantil, no último dia 05 de abril, em Blumenau causou uma comoção nacional diante da tragédia que envolveu 8 crianças, destas 4 vítimas fatais. Uma barbárie que tornou órfãos os pais de alguns inocentes que jamais mereceriam o fim trágico que tiveram. O mais triste, é que há três anos eu publicava um texto com o mesmo teor, tratava-se dos estudantes da escola Raul Brasil, em Suzano e agora, infelizmente das crianças de Blumenau. Amanhã, quem sabe de onde sairão as vítimas?

Assim como o ataque em Suzano, na grande São Paulo em 2019, o ataque em Blumenau tem se tornado corriqueiro. Desta vez, e já não é a primeira, a tragédia foi na escola, um ambiente que nos inspira proteção, formação, compromisso com o social, mas que atualmente, nos remete a um estado de plena impotência, uma vez que assistimos e acompanhamos atônitos pelas mídias, pelas redes sociais, todo o cenário de horror naquela pequena escola que traz iconicamente o nome ‘”Bom Pastor” e nada, nada mesmo foi capaz de evitá-lo. Eis a questão, aquele centro infantil poderia ser qualquer escola, na verdade representa o cotidiano das escolas brasileiras. É, bem assim, qualquer pessoa que chega a ela sobre qualquer pretexto, pode adentrá-la, ou ainda, invadi-la. As cenas que se deram em Blumenau, que já ocorreram em Suzano, em Barreiras, em Realengo e em tantas outras cidades, podem se repetir em qualquer escola desse nosso Brasil.

De modo amplo, um breve retrospecto dos casos de violência em nosso país, revela um total de vinte casos. O primeiro ocorrido em 2002, quando um jovem de 17 anos assassinou com tiros duas colegas na Escola Sigma em Salvador, um ano depois um estudante de 18 anos disparou 15 tiros contra cerca de 50 estudantes no interior de São Paulo, que felizmente não os vitimou fatalmente e neste ataque o assassino tirou a própria vida. Nove anos após este segundo atentado, um ex-aluno de 23 anos, utilizando dois revólveres disparou contra diversos estudantes, em Realengo, Rio de Janeiro, deixando 12 crianças mortas, culminou com o atirador sendo atingido na barriga pela polícia e tirando a própria vida com um tiro na cabeça. Naquele mesmo ano, um estudante de apenas 10 anos, reconhecido como inteligente e calmo, atirou na professora e se matou na Escola Municipal Alcina Dantas em São Paulo. Ele usou uma arma do pai, um guarda municipal.

Em 2012, dois jovens usando o uniforme da escola Estadual Enéas Carvalho em João Pessoa, atiraram contra um adolescente de 15 anos e atingiu ainda duas garotas. Em 2017, um jovem de 14 anos, filho de policiais militares, usando a arma da mãe, matou dois colegas e feriu outros 4 no colégio Goyases, motivado por ter sofrido bulliyng. Pelo mesmo motivo, em 2018, um estudante de 15 anos do ensino médio atirou nos colegas no colégio Estadual João Leão Mondrone em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Nos últimos cinco anos, o quadro tem se agravado e só em 2019; três ataques foram registrados. Um ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, deixou dez mortos, incluindo os dois atiradores, e 11 feridos. Os autores do massacre, eram ex-alunos da instituição. Um dos atiradores matou o comparsa e depois cometeu suicídio. Em novembro daquele ano um aluno de 17 anos invadiu uma sala de aula da Escola Estadual Orlando Tavares no município mineiro de Caraí. Ele disparou e feriu dois estudantes. Ainda, em 2019, um adolescente de 17 anos atacou com golpes de machadinha seis alunos e uma professora do Instituto Estadual Educacional Assis Chateubriand, em Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Em 2021, um jovem de 18 anos invadiu uma escola de ensino primário no município de Saudades, Santa Catarina e assassinou com um facão 3 crianças e 2 professoras. Ele feriu outras 5 pessoas.

Um destaque para o ano de 2022, em que os ataques aumentaram exponencialmente, totalizando 6 e ocorreram pelas mais diversas motivações. Em setembro, na cidade de Barreiras na Bahia, um estudante armado entrou na escola Municipal Eurides Sant’ Ana atirou contra dois alunos, uma aluna cadeirante de 10 anos foi atingida. Em maio, um aluno, atirou em 3 colegas, vitimando um deles de modo fatal em uma escola em Tempo Integral Professora Carmosina Ferreira Gomes. O autor disse que o crime foi premeditado porque sofria bullying. Em novembro daquele ano, na cidade de Aracruz ocorreu o ataque em duas instituições de ensino, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti e na escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ambas no bairro Coqueiral. Ele entrou na primeira escola e abriu fogo na sala dos professores, deixando duas professoras mortas e nove feridos. O atirador prosseguiu para a segunda escola de carro, onde matou uma criança de 12 anos, e deixou duas pessoas feridas. Em dezembro, um jovem de 22 anos invadiu uma escola do interior de Ipaussu (SP) após esfaquear duas pessoas e fazer outra de refém. Conforme detalhado no Boletim de Ocorrência, a motivação do crime foi vingança contra a diretora da escola.

Este ano já são três ataques Monte Mor/SP – fevereiro de 2023, uma adolescente de 17 anos foi apreendido após arremessar uma bomba caseira pela janela em uma escola no interior de São Paulo, felizmente não houve feridos no incidente. Em São Paulo, uma professora morreu, na manhã do dia 27 de março, após ser esfaqueada por um aluno em uma escola estadual na zona oeste de São Paulo. A vítima foi Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. Outras três professoras e dois alunos foram vítimas deste episódio. E agora, este caso muito chocante ocorrido em Blumenau/SC, em que 4 crianças morreram vítimas de um homem de 25 anos que pulou o muro da escola e atacou as crianças com uma machadinha.

Pesquisas demonstram que o aumento do armamento da população se relaciona com ataques mais frequentes. Ademais, a opção por invadir escolas não é aleatória e decorre ser.este um espaço se socialização, de apreensão de valores e de aprendizagem. Muitos jovens que fizeram ataques com armas de fogo tinha pais policiais ou CACs – Colecionadores, Atiradores e Colecionadores. Destaca-se ainda o perfil dos autores, que são viabde regra adolescentes brancos e heterossexuais, muitos dos quais são cooptados por discursos extremistas nas redes sociais. Constata-se que os ataques contra escolas está diretamente ligado ao extremismo.

Assim, tem-se costumeiramente proposto garantir um ambiente saudável e acolhedor na escola; trabalho pedagógico de combate à desinformação; campanhas que conscientizem sobre a cooptação de jovens por grupos extremistas; que pais e responsáveis sejam orientados sobre comportamentos nocivos e que se responsabilizem sobre o conteúdo digital consumido por seus filhos. Outrossim, as políticas públicas precisam levar em conta de forma objetiva o enfrentamento às ideologi3as extremistas e às violências no cotidiano escolar, por vezes consideradas banais, mas potencialmente perigosas. Projetos de Lei tem sido propostos com o objetivo de endurecimento e aumento das penas. O aumento das rondas policiais e, possivelmente, o monitoramento no ambiente escolar também devem aparecer como possibilidades.

Em meio a tantas ocorrências, lidamos com tragédias de toda ordem, parece que há uma espécie de naturalização do absurdo. Vivemos a pandemia da COVID com milhares de mortos pelo mundo, as guerras internacionais, a divisão interna do país entre os que defendem a democracia e aqueles que apoiam o retorno das ditaduras, portanto, o último ataque ocorrido em Blumenau, frente a tristeza que traz, ainda mais por se tratar de crianças tão pequenas, se não vigiarmos logo se torna esquecido.

Na condição de professora de filosofia que trabalha com adolescentes e crianças há 23 anos, entendo que os adolescentes impiedosos que protagonizaram a tragédia, reproduzindo o cenário de guerra de um jogo popular entre os jovens, não são únicos, há outros deles por ai, se constituindo a partir da ausência dos pais, da exposição exagerada aos computadores, do acesso a todo tipo de informação, do incentivo a violência exagerada e desmedida, do uso de drogas, enfim. Ou mesmo um lunático que se apoia em discursos extremistas e diz defender uma causa baseada no puro ódio, podem fazer reféns nossas crianças.

Assim, a violência e as violações dos direitos humanos no Brasil, que ameaçam a vida e a integridade física das pessoas se expressam por meio da violência escolar. Conforme, o Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas, feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), 69,7% dos jovens dizem que já viram algum tipo de agressão dentro da escola. Em 65% desses casos, a violência é cometida pelos próprios alunos; em 15,2%, professores; em 10,6%, por pessoas de fora da escola; em 5,9%, por funcionários; e, em 3,3%, por diretores. De fato, tal realidade pode contribuir para aumentar os índices de violência. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no ano de 2015 explanou o convívio dos educadores e alunos, 50% dos professores haviam presenciado alguma agressão verbal ou física por parte de alunos contra profissionais da escola. Além disso, quase 30 mil declararam terem sofrido ameaças de alunos.

E agora? O que faremos? pais? professores? profissionais liberais, governo? Continuaremos inertes, aguardando novos casos, uma tragédia mais fresca? Como dizer agora, que a escola, esta instituição tão popular e que promete mudar os cursos de vida para melhor das pessoas, também pode ser o locus da morte, que ela não é segura, porque ela não é… Nos abalamos muito, porque não é nada confortável ver crianças e professores morrerem praticamente sob nossos olhos e desse modo trágico. Então, é preciso que o governo crie movimentos e campanhas de combate a violência nas escolas, que invista também na segurança e monitoramento das escolas, que as Secretarias de Educação promovam a discussão desse assunto com a comunidade escolar e se, possível, forme uma equipe de enfrentamento da violência, que o poder judiciário seja mais rigoroso nesse sentido.

O mais interessante é que esse texto é quase uma cópia do texto que escrevi em 2019, não precisei modificar quase nada. De forma emblemática, utilizo os mesmos argumentos que se referiam ao massacre de Suzano. E na época já dizia que o desconforto seguiria até a próxima tragédia, porque ela poderia está logo ali, na próxima esquina ou na próxima escola. Finalizei aquele artigo, afirmando que ao invés dos filhos de Realengo, Suzano e agora Blumenau, pode-se chorar pelos seus.

Lilian Lima Pereira é Mestre em Educação, Filósofa, Psicanalista, Bacharel em Direito, Escritora.

    Leia mais...

BRASÍLIA NÃO É A BAHIA: CRÍTICAS AO MINISTRO DA CASA CIVIL, RUI COSTA, SÃO ‘RECALQUE’ DA OPOSIÇÃO?

Desde que assumiu o ministério da Casa Civil, o ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem sido alvo de críticas – dentro e fora do partido, quanto ao seu comportamento no ambiente de trabalho, bem como na política.

Enquanto governou a Bahia por dois mandatos seguidos, cunhou a marca de ‘Correria’, mas sofreu desgaste quanto à indicação de sua esposa, Aline Peixoto, ao cargo de Conselheira do TCM. Foi eleita.

Ao aliados, as críticas ao correria, são recalque da oposição, já que na eleição da Bahia, Rui elegeu Jerônimo, o que segundo ‘Fátinha’, esposa de Jaques Wagner, entrevistada num ‘podcast’ , a candidatura foi construída desde 2018.

Há também questões políticas, que imperam no partido, que historicamente, é conhecido por ser ‘repartido’ entre eles por correntes internas.

A fala do presidente Lula, o comparando a ex-presidente Dilma, colocou mais holofote em Costa, o tornando um futuro presidenciável. Ocupação que seria natural ao atual ministro da Economia, ex-prefeito de São Paulo e que foi bucha de canhão de Lula, na eleição que deu vitória a Bolsonaro, em 2018.

Ainda sobre a relação Haddad x Rui, o clima amistoso das fotos aos jornais, parece não refletir no campo do governo, já que publicamente divergem sobre assuntos relacionados à condução da economia e ao Banco Central, por exemplo. Chá de cadeira é café pequeno.

No entanto, pelo histórico de Rui Costa que os baianos conhecem muito bem, o ‘modo correria’ não vai acabar tão cedo.

Leia mais...

POR DENTRO DA PROPAGANDA

Quando me deparei com essa folha em branco para falar sobre a minha trajetória como mulher, um filme passou na minha cabeça. Quanta coisa eu já vi, vivi e ouvi para chegar até aqui. Temos histórias de vida, sonhos, trajetórias diferentes. Mas, o que todas nós temos em comum?

A luta!

Eu sei que é cansativo falar o óbvio, mas, assim como minhas precursoras, nossa luta é para que nenhuma mulher tenha sua voz silenciada e muito menos seu talento colocado à prova. Como uma boa mulher, com sangue de baiana, eu não desisto. E sigo na certeza de que todas as portas que abro é para que outras mulheres passem por elas também.

O dia 8 de março é mais que uma data bonita; é um marco que celebra todas as conquistas femininas ao longo dos séculos e, para mim, celebram mais de 30 décadas de sonhos, lutas e disrupção.

Sou apaixonada pelo que faço e essa paixão me levou a lugares que antes nunca foram alcançados por outras mulheres na minha cidade. Uma cidade coronelista, bairrista, onde os homens ainda reinam em vários setores e eu, uma forasteira soteropolitana, ousei desafiar o status quo e dizer que mulher pode tudo. Tenho certeza que algumas portas se abririam mais rápido se eu falasse baixo, não emitisse opinião. Mas quem precisa de um homem para abrir uma porta quando eu posso meter o pé nela?

E assim é minha trajetória de vida e profissional. Já ouvi que eu era bonita demais pra participar de certas conversas; já tive o revanchismo feminino alimentado por outros homens; e, toda vez que sou mais incisiva, sempre sou taxada como grossa, arrogante e indomada. Mas é com muito orgulho que digo que sou a primeira e única mulher à frente de uma agência de publicidade filiada ao Cenp e ao Sinapro-Bahia na cidade de Ilhéus e a primeira mulher de Ilhéus a ser Delegada do Sindicato das Agências de Propaganda do Estado da Bahia – Região Sul.

Mas nada foi fácil. Perdi as contas de quantas vezes a minha competência foi colocada à prova e que julgaram minhas escolhas com rótulos por serem ou não serem coisas de mulher. Quantas vezes disseram que eu só estava ali por ser “bonitinha”. Beleza não me faria chegar aonde eu cheguei. E, se em algum momento, alguém falou isso para me fazer desistir ou desencorajar, eu sinto muito, pois cada palavra machista só alimentou a chama para fazer muita coisa de mulher.

É coisa de mulher comandar a primeira agência da cidade de Ilhéus com liderança feminina. É coisa de mulher ser Delegada Regional Sul da Bahia. É coisa de mulher romper barreiras físicas e atender clientes fora do sul do Estado. É coisa de mulher ser workaholic, não querer ter filhos e, ao mesmo tempo, ser feminina e feminista. É coisa de mulher ser criativa, detalhista e perfeccionista. É coisa de mulher amar praia, sol, cerveja e futebol. É coisa de mulher, e vai continuar sendo coisa de mulher, quebrar cada muro e construir pontes para empoderar outras mulheres.

Então, sim, eu tenho muito orgulho de tudo que eu faço ser muito, mas muito mesmo, coisa de mulher.

*Lorenna Caldas – CEO Avoar Comunicação e Delegada Regional Sul do Sinapro-Bahia, Mulher, baiana, publicitária.

        Leia mais...

O LEGISLADOR E O DISCURSO ESCRAVAGISTA

A população brasileira acompanhou estarrecida um dos maiores escândalos trabalhistas envolvendo grandes empresas que recrutaram trabalhadores nordestinos com a promessa de prosperidade através do trabalho, quando na verdade a prática de analogia à escravidão era o fator crucial para o sucesso dos negócios dessas organizações.

Vinícolas bastante conhecidas – Aurora, Garibaldi e Salton – utilizavam de práticas insalubres para manter cerca de 240 trabalhadores em condições sub-humanas que além de não respeitarem os direitos trabalhistas, submetiam essas pessoas ao desprovimento de direitos humanos, em condição de exploração e com ausência de qualidade de vida. Na Serra Gaúcha, o sonho desses trabalhadores se tornava pesadelo através do processo de neoescravidão em busca do lucro.

Diversas foram as matérias em sites, publicações nas redes sociais e notas de repúdios publicadas por inúmeras personalidades. Políticos, organizações de setores da sociedade, a grande mídia, a mídia independente e pessoas famosas, lamentaram o fato de que os trabalhadores em questão exerciam suas profissões atendendo situações que podem ser classificadas como neoescravidão.

Dentre os posicionamentos que conseguiram maior alcance nas redes sociais, o mais contundente e repugnante foi produzido pelo vereador Sandro Fantinel que foi expulso pelo partido Patriota do qual fazia parte quando concedeu as declarações xenofóbicas, escravagistas e racistas. Em um discurso na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS), Fantinel utilizou de seu tempo por direito para atacar os trabalhadores que conseguiram fugir dos galpões em que estavam alocados em condições insalubres enquanto escravizados.

Questionando se “o patrão deveria pagar empregada para fazer limpeza para os bonitos”, em analogia às condições de sujeira em que se encontravam os trabalhadores explorados, o vereador começou uma série de ataques indagando se era necessário “colocar os trabalhadores em hotéis 5 estrelas para evitar problemas com o Ministério do Trabalho”.

Referindo-se a “aquela gente lá de cima” – em alusão à trabalhadores nordestinos – Sandro Fantinel sugere que os agricultores gaúchos contratem argentinos para suas empresas, ao mesmo tempo que, distribui ódio aos baianos indicando que a “única cultura que esse povo tem é viver na praia batendo tambor”. Caro(a) leitor(a), evitarei continuar a apresentar no texto as falas que ofendem cultura nordestina e baiana.

A função nobre de um(a) vereador(a) está basicamente acerca do serviço à população de um município. Quando analisado de forma mais profunda, percebe-se que esse servir está atrelado a elaboração e análise de projetos, discussão, votação ou rejeição de leis que atendam o interesse da coletividade. O que o vereador Sandro Fantinel decidiu proferir no seu discurso não deveria se sequer cogitado por uma personagem tão importante para o crescimento da coletividade de um município.

Demonstrando total desprezo com as condições de vida que os trabalhadores baianos estavam enfrentando, o vereador que precisaria colocar-se ao lado das pessoas que eram as vítimas, preferiu estar ao lado dos algozes daqueles que sonhavam com um futuro próspero e que foram enganados sofrendo variadas agressões aos direitos e à vida. O vereador Sandro Fantinel tornou-se porta voz de um caso horrendo que deve ser combatido por todos os setores da sociedade brasileira.

* MARCOS DANTAS – CIENTISTA SOCIAL LICENCIADO PELA UESC-BA.

Leia mais...

CRÔNICA DA VIDA REAL – A “PORRA” EMBARGADA

Imagine você que situações inusitadas ocorrem a todo momento. E nas situações de grandes tragédias ou dias festivos não é diferente. A situação fática ocorrida foi a seguinte.

Uma formatura, a solicitação de uma música capaz de expressar a subjetividade do formando, ensaios, fotos e toda a pompa e circunstância que o momento exige. Tudo tranquilo, não fosse por uma questão surgida em meio aos rapapés da preparação para a solenidade: a música, “a minha música foi embargada”. Isto porque traz em seu refrão a expressão “mulherão da porra”, sob a justificativa anunciada, de que “palavrões e expressões artísticas” são proibidas no momento da solene cerimônia”. E que, portanto, a música que conta a história de uma mulher batalhadora, cuja letra enfatiza “mulher que levantou, caiu, que chora e ninguém viu, que não se cansa de estudar, que sabe se valorizar” (trechos literais da letra da música), e em seu refrão explana ” porque ela é um mulherão da porra”. Esta expressão não fora observada no contexto proposto, quer dizer, consoante ao que expressa o dicionário informal “mulherão da porra” significa Mulher de alto valor, bem resolvida, independente, bonita, atraente, inteligente e feliz consigo mesma.

Confesso que não fui uma aluna brilhante, durante o curso, não fui nada próxima de aluna exemplar que um dia fui ao cursar Filosofia há 25 anos, já chegava no curso noturno exausta, depois de lecionar para nove turmas da Educação Básica no transcurso da semana, e atuar também em gestões escolares. Também confesso o meu lado boêmio, do gostar de meu churrasquinho com a cervejinha nos finais de semana e do encontro com os amigos, por vezes, não abdiquei dessas coisas. Mas, isso não me tira o brilho ou o mérito de vencer o percurso, de todo modo, sou vencedora.

Eu, uma mulher adulta, na terceira formação, oriunda de uma família humilde de Ilhéus, neta de um peão das roças de cacau, tive a música que escolhi para me representar, que remonta às minhas memórias afetivas, proibida. Cuja escolha perpassou pela superação de uma família desestruturada, paupérrima e que em nada pôde incentivar o meu crescimento pessoal ou intelectual. Então, esta música para mim é uma espécie de catarse, diante de tudo o que enfrentei, “um resgaste de minha subjetividade”, uma valorização para o meu “eu” tão reprimido na infância, tão combatido na juventude. Logo, meu ser adulto se nega a aceitar convenções que em nada contribuem para a formação do meu caráter ou de qualquer pessoa.

Diante de meus questionamentos o que ouvir? Seja madura, cada instituição com suas regras, trata-se de um momento solene… Mas, e quanto a licença poética, a tudo que aporta para a criatividade? Apenas em favor de uma atitude purista, que não aceita a linguagem popular, regional, tipicamente baiana, quem já não disse “porra véi”? De fato, não sou favorável ao palavrão, e nem foi deste modo proposto. Tal atitude coercitiva revela um preconceito linguístico acerca da fala e da comunicação. Triste estou (me reportando a personagem Frozem), pois, apenas queria me emocionar e passar a mensagem de como nós mulheres brasileiras somos batalhadoras, resilientes e fortes. Se os modernistas não tivessem insistido em sua nova maneira de fazer arte, até hoje, estaríamos sem reconhecer a identidade brasileira, ou seja, revolução da história por meio da arte.

Assim, o momento em que estivesse entrando na minha formatura para receber o meu canudo, eu sou essa mulher. Por isso, meu espírito exultante estaria, ao ouvir “mulher que estuda no frio e no calor, respeita essa mulher, é sexy, sem ser vulgar”. Ela é um mulherão da porra”. Ao expressar minha indignação, excetuo os meus nobres colegas, ou a quem tenha definido essa vedação e, sim, me indigno contra essa moralina exacerbada, contra a hipocrisia que não observa o entorno: a miséria, a violência, as condições insalubres da população. E logo eu, uma mulher que integra uma academia de Artes e Letras, que contra todas as dificuldades para publicar no Brasil, escreve livros, e que aprendi a não me conformar com o simplesmente dado, isto porquanto a Filosofia me permitiu compreender e não aceitar de pronto, o imposto, sem o direito a contraposição, ou conforme o Direito, a defesa e ao contraditório. Afirmo, de forma tranquila, conservadorismos não mudam essências e não transformam sociedades.

Ah, se eu pudesse, entraria cantando a minha música, (interpretada pelo cantor Zezo, na verdade, de quem sou fã desde a juventude, eu sou brega rss), mas, a minha voz não é harmônica. Estou mesmo indignada com esse embargo, e como aqui posso expressar sem maiores retaliações, digníssimos leitores, como mulherão que sou, no bom e bonito baianês, questiono: vocês concordam com esse embargo da porra?

Por: Lilian Lima Pereira – Mestre em Educação, Sociedades e Culturas, Graduada e Especialista em Filosofia, Autora de obras educacionais e Bacharelanda em Direito.

      Leia mais...